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Uma tarde pode ser o suficiente para você passear na história do Rio de Janeiro.

Sabe o momento em que você deseja passear, mas não tem um lugar definido? Ou que perde tanto tempo pensando nas possibilidades e quando nota já está tão tarde que acaba desanimando? Em meio às ruas arborizadas de Botafogo, é possível conhecer mais do Rio de Janeiro e sua história.

Com fácil acesso de transporte público, como metrô e ônibus, o bairro se torna uma opção atrativa para quem deseja algo simples e tranquilizador. O roteiro abaixo pode ser feito todo a pé com uma extensão total de cerca de 30 minutos.

Roteiro de caminhada pela história do Rio de Janeiro:

  1. Museu Casa Rui Barbosa
  2. Casa Firjan
  3. Museu Villa-Lobos

Museu Casa Rui Barbosa: Um singelo ponto histórico do Rio.

Vista lateral da Casa de Rui Barbosa. Créditos a foto: Autoral

Localizado a 3 minutos do metrô de Botafogo está a Fundação Casa Rui Barbosa. Em meio a um jardim verdejante, você pode escapar momentaneamente da intensidade urbana de uma grande cidade para viajar até a memória do Rio de Janeiro.

E não é exagero falar isso. Quando você se afasta do portão de entrada rumo ao interior do local, é difícil escutar o barulho dos automóveis na via principal. Em dias vazios, o silêncio e a sensação de paz inundam qualquer um que esteja no ambiente. Até por isso é comum ver alguém praticando meditação nos bancos disponíveis.

No jardim, estão os veículos usados por Rui Barbosa durante sua vida. Eles ficam expostos ao lado direito do caminho de entrada e você encontrará Landô, Cupê e Vitória - todos carros de tração animal - meio de locomoção comum para a época na história do Rio de Janeiro. Verá ainda um Benz usado por Rui Barbosa após o incidente que ocasionou a lesão de sua perna.

O primeiro bloco de construção, próximo ao portão principal, contém a recepção e permite início da visita mediada ao interior da casa. É necessário que os visitantes usem luvas para preservação das estruturas de madeira e guardem os pertences em um armário com chaves individuais.

De imediato, você será presenteado com uma escadaria de madeira trabalhada e a “sala de fumar”, como era batizada pela própria família. À esquerda existe o acesso dos corredores privados que guardam uma reconstituição realista do escritório de Rui Barbosa durante sua viagem para a Conferência de Haia na Holanda.

Cabe destacar a incrível biblioteca mais a frente. Belíssimos móveis e a variedade incrível dos livros que o jurista tinha em sua coleção. Exemplares do Código Civil Alemão e Francês, um Tratado de Medicina Legal italiano, entre inúmeros outros. O cômodo facilmente evoca a introspecção e a profunda busca pelo conhecimento. Bem evidente ao acessar outra sala lateral preparada para o descanso eventual em meio ao trabalho.

Os visitantes são guiados pelos aposentos íntimos de Rui Barbosa e por fim, chegam ao salão de festas. O teto finamente trabalhado transmite o tom de importância social do cômodo, assim como da sala de jantar interligada.

Os guias da visita deixam claro o valor de realizar idas a casa em mais de uma oportunidade, uma vez que cada um possui a visão de diferentes detalhes, tornando os passeios experiências sempre únicas para se aprofundar sobre a história do Rio de Janeiro.

O acesso é gratuito e realizado de terça a domingo das 10h às 16h.

Casa Firjan: Modernidade ao lado do Rio Histórico.

Palacete Linneo de Paula Machado da Casa Firjan durante a noite. Créditos a foto: Paula Johas

Após 3 minutos de caminhada partindo da Fundação Rui Barbosa, chega-se a Casa Firjan. O complexo alia um prédio moderno a um belíssimo jardim que abriga o Palacete Linneo de Paula Machado.

Uma semelhança entre a Casa Firjan e o ponto histórico apresentado anteriormente é a sensação de tranquilidade no ambiente. Assim como nos jardins da Casa Rui Barbosa, aqui os visitantes parecem entrar em uma bolha de sossego que elimina os sons da grande cidade.

O Palacete é extremamente bem cuidado e fica posicionado na região central do terreno permitindo admirar suas estruturas dos mais diversos ângulos em 360°. De acordo com o site oficial, a arquitetura remete ao estilo neo-renascentista francês e a construção ao início do Século XX.

Devido a Covid-19, o lugar foi usado como ponto de vacinação e para permitir a desinfecção cuidadosa dos demais cômodos do palacete, apenas o hall de entrada está disponível para visitação. No entanto, os detalhes no chão e teto conseguem transmitir um pouco da beleza contida ali.

A própria Casa Firjan oferece a promoção de eventos onde podem ser discutidas as chances de inovação e adversidades que o cenário atual apresenta para o setor industrial, sendo uma ótima opção para interessados pelo tema.

A entrada gratuita é permitida de terças a sábados das 10h às 18h e domingos e feriados de 12h às 18h.

Museu Villa-Lobos: A música dentro da história do Rio de Janeiro.

Fachada principal do Museu Villa-Lobos Crédito a foto: Retirada do site do Governo Federal (sem menção ao autor).

Duas ruas após a Casa Firjan - sentido Humaitá - é possível encontrar o Museu Villa-Lobos e ponto final desse roteiro.

Com sua criação datada de 1960, a instituição visa preservar a memória e as obras do acervo de Heitor Villa-Lobos, conhecido como o maior compositor sul-americano de todos os tempos.

Aqui se encontram documentos, fotografias, recortes jornalísticos, instrumentos musicais e diversos outros itens que remontam a vida e jornada do músico, além de ajudar a transportar o visitante para a época passada. Como por exemplo, o Museu guarda cerca de 2.300 partituras entre originais e cópias.

A trajetória de Villa-Lobos se aprofunda através desses elementos e permite que aqueles, em tempo presente, entendam a dimensão alcançada por intermédio de suas obras e contribuições a história do Rio de Janeiro e o cenário nacional como um todo.

Uma dúvida muito comum que costuma passar pela mente dos que se interessam pelo museu é quanto a estadia do compositor no casarão atual da instituição. De fato, Villa-Lobos não foi morador de Botafogo, embora a arquitetura do edifício seja representativa da época de sua vida.

O Museu retomou às atividades ao público em Março de 2022 após o fechamento devido a pandemia. O espaço é utilizado também para recitais, ações educativas e diversos outros projetos, estando aberto gratuitamente de segunda a sexta das 10h às 17h.



Sem grandes deslocamentos você pode se aprofundar na história do Rio de Janeiro e na importância que a cidade tem no contexto cultural, transitando entre personalidades marcantes e períodos distintos. Alguns minutos de caminhada e uma tarde livre são suficientes para descobrir uma nova faceta histórica da região.